O gás natural para veículos e a concorrência predatória

gás natural veicular

Por Zauri Candeo

No segmento de instalação de kits de gás natural veicular, a concorrência predatória vem acontecendo de forma brutal.

Não desprezando os demais setores, também vítimas dos predadores, temos que considerar que um assunto tão sério como o de oferecer uma fonte alternativa, abundante e mais barata de se movimentar a frota de veículos do Brasil, precisa ser tratado com a máxima seriedade. Não podemos deixar estas pessoas colocarem em risco um projeto de tamanha importância para o Brasil e para o nosso setor.

Eles não se preocupam com o consumidor, desconhecem a gestão financeira da sua própria empresa, oferecem garantia que não irão cumprir, desrespeitam os pagamentos de impostos, aplicam calotes em fornecedores e desprezam qualquer regra comercial, já que não cumprem nada do que prometem. O futuro deles é incerto.

Claro que a parte técnica também é renegada, com os piratas utilizando funcionários sem treinamento, que não assumem responsabilidades, não são registrados, ganham por carros montados e trabalham para diversas instaladoras. E ainda utilizam matéria prima de origem duvidosa. Percebe-se, claramente, que é um vale-tudo para conseguir matar os concorrentes.

Atualmente, quem reúne as condições técnicas necessárias para realizar a instalação do kit de gás natural veicular são as retíficas de motores, as oficinas especializadas em injeção eletrônica (que possuem anos de experiência no trabalho com motores sofisticados e complexos, como os que temos hoje no mercado brasileiro) e empresas instaladoras de porte, que investiram pesado em instalações, equipamentos e treinamento de funcionários, acreditando seriamente neste mercado.

Com certeza essas empresas organizadas conhecem e praticam gestão financeira e fluxo de caixa. São empresas sérias que devido a esta ação predatória sairão do mercado, e/ou reduzirão sua produção de instalação de veículos adaptados a GNV.

Lembramos que o consumidor se desmotivará pelos maus serviços e assistência técnica inexistente e pela propaganda enganosa que oferecem peças e acessórios com até cinco anos de garantia e com certeza, quando retornarão encontrarão estes predadores de portas fechadas.

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Aí então as montadoras, com certeza, se interessarão pelo mercado do GNV e a industrialização em sua linha de veículos zero quilômetro pelo dobro do preço. Quem irá pagar até quatro vezes mais do preço atual oferecido pelo mercado será o consumidor e ninguém gosta de ser enganado, enfatizando o descrédito das instaladoras de GNV.

Para dar uma ideia precisa de qual a faixa de preço correta para a aquisição destes kits, estamos simulando o desempenho de uma empresa instaladora, com um mínimo de 40 veículos/mês, para atingir uma lucratividade média de 1%.

Para aqueles que desejam financiar a conversão de GNV, o BNDES criou um cartão para incentivar as micro, pequenas e médias empresas a aderirem ao gás natural. O projeto encontra-se em fase de implantação, com algumas oficinas colaborando nos testes finais.

Para se credenciar como fornecedoras no Portal de Operações do BNDES, as empresas instaladoras do kit GNV deverão, obrigatoriamente, possuir o Certificado de Registro do Instalador (CRI) válido, emitido pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).

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